O Bordel mais fantasticamente deprimente da Blogosfera

Saturday, May 12, 2007

Os Pombos

Hello clientela repugnante desta taberna não menos repugnante da Grande Avenida que é a Blogosfera, estou de volta aos desvarios.
Depois de um pequeno laivo de bom gosto (mas mesmo muito pequeno), decidi que aquele seria o caminho errado, não era por ali que ia chegar á glória literária…bem acho que a única Glória que vou conseguir alcançar é a menina Glória que trabalha aqui no bar deste bordel…e porque sou o patrão. Mas adiante.
Aquele era de facto o caminho errado, o bom gosto não leva ninguém a lado nenhum…por isso vou voltar á costumeira falta de interesse que revestem estes textos.
E nada melhor para recomeçar que um texto com a acutilância e a actualidade que o próprio titulo revela…os pombos.
Não é acutilante, nem actual!! De facto não é…mas poderia ser.
Mas porque os pombos? Com tanta ave que anda e que curiosamente voa por ai, porque os pombos?
Porque esta frágil criatura do ar, é um bicho que me deixa muito intrigado.
Já vai para algum tempo que tenho prestado atenção nos comportamentos destes passarinhos.
Devem de estar a pensar que ou tenho demasiado tempo nas mãos ou tenho problemas muito sérios…a 2ª hipótese é a que se revela mais verdadeira.
Os Pombos têm comportamentos que deixam até mesmo os mais incautos admirados de espanto.
Espantados devem de estar todos os que neste momento perdem o seu precioso tempo a ler esta coisa.
Sem qualquer manifestação de índole racista ou xenófoba eu tenho cá para mim que os pombos são a raça cigana dos passarinhos.
What?????
È isso mesmo. Caso não tenham ainda reparado, os pombos tem aquela cor muito esquisita…o cinzento mesclado. Aquilo não é uma cor muito definida, não é uma coisa nem outra. Caso nunca tenham reparado os ciganos também são assim…com uma cor muito esquisita.
Tal como os ciganos também os pombos se deslocam em bando, e se estivermos com atenção, detectamos um que é o chefe da tribo…há sempre um que tem mais poderes que os outros.
Mas a característica que mais os aproxima dos nossos amigos lelos, é o facto de andarem a fazer merda.
BUUUUU, que boca racista. Palhaço, vai mas é para o PNR.
Calma lá com as ofensas. Já disse que nada disto tem qualquer fundamento xenófobo…é apenas a constatação de um facto.
Muito lelos junto é normalmente sinónimo de merda…tal como muitos pombos juntos. Mas na segunda hipótese é uma certeza. E fiquem satisfeitos se não servirem de alvo das bombas largadas por estes nossos amigos passarocos.
Outra coisa que me tem andado a intrigar é a sua particular tendência de proximidade com carros em movimento.
Não sei se já repararam que os nossos amiguinhos voadores mandam-se para a frente dos carros…com estes em andamento.
Tenho três teorias em relação a este comportamento.
Por um lado são aves profundamente amarguradas e que sofrem de graves problemas depressivos e esquizofrenias várias, o que me leva a pensar que tem tendências suicidas.
Por outro lado acho que são ex-suicidas islâmicos que se transformaram em pombos e que estão a ser treinados por Bin Laden e o resto da corja para se transformarem em mártires pombalinos…só ainda não conseguiram foi amarrar os explosivos á volta deles.
Mas aquela que me parece ser a mais plausível é o facto de detestarem ser pombos. Eles gostavam de ser uma ave mais atraente, uma ave que as pessoas chamassem e que não escorraçarem.
Por isso acho que eles estão só a querer chamar a atenção.
Qual é o comportamento tipo das criancinhas quando querem chamar a atenção?
Não sabem?
Atiram-se para o chão e fazem um berreiro que não podem. È como os pombos. Com pequeníssimas diferenças, mas é como eles.
Outra certeza que tenho em relação a estas adoráveis aves cagonas é que todos os pombos são militantes do Bloco de Esquerda.
È fácil de perceber o porque desta afirmação.
Para além de estarem em constante protesto pela simples razão de existirem, os pombos são uma passarada urbana.
Digam lá que não é igual á rapaziada do Bloco. Eu é que sei estas coisas.
Será que eles também tem uma Ana Drago e uma Joana Amaral Dias de raça pombalina?
Se tiverem até gosto um bocadinho mais deles....
Depois de vos deixar a todos completamente doidos com a revelação desta teoria, vou dar uma volta e meditar nos porquês que me levam a pensar nestas coisas.
Já que vou caminhar, aproveito para ir A Procura de… encontrar algumas destas aves adoradas. Afinal levo zagalote comigo. Eheheheh.
Fui…mas volto.

Thursday, May 10, 2007

Contrastes

Sob um céu estrelado e luminoso, um mar tranquilo repousa. As ondas vão deslizando suavemente ao ritmo de uma corrente calma.
No seu fundo toda uma fauna e flora de contrastes. O brilho da cor dos corais mais luminosos, a intensidade do movimento dos peixes mais agitados.
Ao ritmo da lua muito dos seres desta fauna subaquática repousam. Uns camuflados, para se protegerem de predadores menos sonolentos, outros mais relaxados na sua cama submarina.
Indiferentes a isto tudo duas placas circulam velozmente por debaixo deste cenário. Duas placas que se deveriam ter cruzado…
A calma é irrompida pelo suar de uma espécie de trovão…mas onde está a sua luz?
A luz que continua intensa é a que resulta da rainha da noite e das suas damas de honor.
A lua começa no entanto a perder o seu brilho, mas o céu continua límpido e estrelado.
As areias ficam revoltas e mesmo os mais ferozes predadores procuram refúgio nas montanhas rochosas que o mar esconde.
Longe dali o mar revolta-se, um casal de namorados muito enamorados contempla o mar ao sabor de um cigarro e com os corpos cobertos pela areia fina da praia.
Ao longe avistam uma luz que não sabem ser um farol ou um barco que navega ao longo da costa e que ali está para tal como eles desfrutar daquela noite.
Entre um suspiro e um ofegar mais intenso os seus corpos voltam a ficar cobertos de areia mas já sem a luz que olhavam em fundo.
Sem aviso prévio um predador natural irrompe pela praia, devorando os seus corpos desnudados e saciados de prazer.
O mar irrompe de modo assassino e num estalar de dedos faz desaparecer toda uma fauna e flora terrestres, que neste momento já é subaquática.
A noite calma e luminosa transforma-se numa noite agitada e de horror…mas sempre sob um intenso luar e o brilho das estrelas.
Um jardim mórbido surge ao fundo, mas é um jardim sem flores…é um jardim de corpos embrulhados onde está o casal de namorados enamorados…e continuam abraçados, mas agora sem qualquer suspiro ou qualquer arfar…estão em silencio, tal como todos os outros.
A luz que eles viam está agora mais próxima…era um barco que chegou a terra a uma velocidade infernal.
A noite continua calma e tranquila lá em cima no céu, cá em baixo é o inferno. Os gritos irrompem na noite, mas são poucos. O som que mais se ouve é o silêncio…
Num local não muito distante dali uma mulher triste e amargurada com a vida miserável que tinha decide por um ponto final na sua existência.
Estava á vista o fim da violência que lhe era infligida todos os dias por aquele que dizia que a amava. Estava á vista o fim da tortura psicológica que a hora da chegada do seu mais que tudo representava…e ele era sempre de uma meiguice violenta e sanguinária.
Entre uma faca e um salto para o infinito, o salto revelou-se o melhor.
Há muito que ela queria experimentar uma actividade radical, que queria sentir o vento a bater na sua cara…e não um punho cerrado.
Mas a lua era muito intensa e o infinito afinal tinha distância e o fim era bem visível.
A água da barragem estava muito próxima…e a coragem dela cada vez mais longe.
O regresso a casa, ao ninho onde estava o seu amado, o seu protector, o seu mais que tudo estava mais próximo…ao contrário do punho cerrado.
A fronteira entre o amor dela e o carinho muito especial dele estavam separados por poucos metros…tal como a faca.
De um momento para o outro a barragem rebentou. As paredes cederam perante o impacto de um objecto contundente que as trespassou…mas a água tinha uma cor estranha.
A luz da noite revelou um tom escuro, a água estava pintada de vermelho…e uma faca boiava e deslizava na corrente daquele pequeno rio de sangue.
O rio vermelho acabou por se misturar, e por ser devorado pelo predador natural que entretanto já tinha chegado.
Ao contrário dou casal de namorados enamorados, esta mulher e o seu delicado companheiro rumaram cada um para um lado oposto do jardim…são os cactos que o delimitam.
O predador avança velozmente sob a calmaria da noite e a outra barragem cede, provocando um estrondo que parecia um trovão que chegava…mas sem luz.
O grande predador recebeu em sentido contrário o seu piqueno… foi o mar que correu para o rio e que lhe deu um abraço que o esmagou por completo.
A manhã está a raiar, por entre os destroços de uma vida, no meio do jardim despido, duas crianças surgem com lágrimas nos olhos e um sorriso na face…o predador e o comparsa não os viram.
De mãos dadas seguem na direcção do Sol. Estranho! Está um sol radioso, brilhante, lindo e sem se saber muito bem de onde chove. Será chuva? Será o céu que chora? Ou estarão a regar o jardim sem flores?
São dúvidas que aquelas crianças vão ter para sempre…elas não querem saber as respostas.
Correm com o mesmo sorriso nos lábios, e os olhos secos de qualquer lágrima. Correm para sentir a brisa que se levanta e que faz os seus cabelos e as flores que os rodeiam abanar levemente, de modo delicado e certeiro.
No dia em que o rio não correu para o mar, em que os jardins não eram compostos por belas flores, onde os predadores saíram dos seus habitats… a felicidade correu de mão dada em direcção ao Sol e á luz que vai iluminar os seus dias.
Será que os vamos encontrar novamente como namorados enamorados ou como dois seres numa procura desenfreada entre uma manifestação de carinho violento e o esgaçar de uma barragem?
Simplesmente, A Procura de…um contraste com um brilho enamorado.
Fui…mas volto.

Wednesday, May 09, 2007

Um Dia Triste

Pois é rapaziada, hoje foi um dia triste…
Faz hoje um mês que a minha menina se foi.
Ainda só passou um mês, mas já me parece uma eternidade. Há um mês atrás a minha vida perdeu algo de muito valioso…o sorriso da minha menina.
Um mês se passou desde que o céu ficou carregado de nuvens negras que anunciavam a desgraça.
Um mês se passou, e outro se vai passar, e mais outro, e outro mais, na luta de superação da ausência de minha menina.
Nesse dia fatídico quando o céu ficou pintado de negro, um anjo, uma estrela subiu ao céu para proteger, para iluminar os que amava.
Uma coisa tenho a certeza. Quando aquela menina chegou lá acima de certeza que começou a tocar esta música…




Tenho a certeza que entrou logo com um sorriso nos lábios.
Sorriso esse que contrastava com a profunda amargura por mim sentida.
Agora imagino sempre que a chuva é causada pelos sapatos ou pelas botas de salto que ela não dispensava…fura as frágeis nuvens e cá ai água ;-)
Já o disse e volto a repetir. Costuma-se dizer que Deus quer os bons a seu lado…mas não a podia ter deixado ficar cá?
Como diz Gabriel o pensador, Se Deus é justo, quem é que fez o julgamento? E logo um julgamento sumário.
Tem sido um mês com menos alegria, com menos sorriso, com dias de raiva devido a falta que ela faz.
Mas como também já disse…vamos ter que a esquecer, sem nunca a esquecer. Isso também é impossível.
Só se eu não tivesse coração e um pingo de sentimentos é que iria esquecer o quão importante esta menina foi e vai continuar a ser para mim.
Agora ela está deitada na sua chez longue celestial, a coordenar todos as movimentações que por lá se passam e a organizar festas que são de uma loucura angelical.
Ela foi indo, e um dia haveremos de nos voltar a ver e a continuar a desfrutar da alegria um do outro.
Desta vez e tal como há um mês atrás não vou A Procura de…nada, pois não encontro.
Fui…mas volto…mas ela não :-(

Tuesday, May 08, 2007

O Domingo que Passou

Hello caríssimos clientes deste espaço vergonhosamente e arrepiantemente decadente da blogosfera.
Este post vem atrasado, mas vem. Como diz o ditado mais vale tarde que nunca.
O Domingo passado foi marcado por um acontecimento que curiosamente se repete todos os anos…foi dia da MÂE.
E eu sou o chamado muito sortudo por ter o gigante privilégio de desfrutar da companhia diária da senhora que há um punhado de anos atrás decidiu dar á luz este Deus Grego…
Tenho o enorme prazer de ter uma mãezinha que me enche de mimos (que nunca são de mais, apesar de por vezes termos que refilar), de quem puxei a real teimosia que tenho entre outras coisas.
Tenho o enorme prazer de desfrutar diariamente da sua companhia, do seu carinho, da sua atenção e até mesmo do mau feitio quando lhe dá a trovoada.
Como é também uso dizer, é de facto das palavras pequenas a mais bonita que o mundo tem…e não há de facto amor como o amor de mãe.
Esta senhora que há meia dúzia de anos engendrou com o meu pai, este projecto feito a régua e esquadro, é de facto a mulher da minha vida…sem ela eu não estaria aqui, sem ela eu não seria quem hoje sou.
Por isso a todos aqueles que tem, tal como eu, o privilégio de desfrutar da companhia da MÂE, desfrutem como se não houvesse amanhã…mesmo que haja uns arrufos e choques de personalidade em permeio.
Agora vou A Procura de…encontrar a minha mãezinha que anda uma ratazana a passear no meu estômago e não tarda tem crias.
Fui…mas volto.

Friday, May 04, 2007

Uma Delicia de Trambolhão

E pronto malta, cá estamos nós para a nossa última etapa.
A pequena excursão organizada pelo nosso Bordel está a chegar ao fim.
Depois de ficarmos fascinados com a nossa livraria, de ficarmos não menos excitados com a nossa Sex Shop, só falta mesmo a visita a chamada Escola da Evolução.
Como ela fica situada na encosta da blogosfera, o melhor mesmo é apanharmos o autocarro que por aqui passa. Ir a pé podia ser muito cansativo, e já há algumas pessoas com idade avançada.
Ora cá está ele. E lá vamos nós a caminho da Encosta da Grande Avenida…assim tipo favela de uma grande cidade brasileira.
Como sempre, a viagem é novamente curta. As distâncias nesta Avenida parece que encurtam.
E cá estamos nós de frente para um edifício moderno e bem soalheiro…a Escola da Evolução.
È no entanto uma escola bem abrangente…vai desde a mais tenra idade até a um tipo Lar de Idosos, mas uns idosos castiços e bem dispostos.
Somos recebidos pela Directora Inês, que nos faz uma primeira apresentação da sua “Escola”… Sejam muito bem vindos ao “Trambolhão”, o local onde tudo cai aos trambolhões. Onde nada faz sentido e a coerência é nula.
Vocês devem de estar a perguntar…Mas afinal o que é que isto tem a ver com a Evolução?
Toda a nossa evolução, todo o nosso crescimento interior é feito de muita coisa. Entre elas grandes trambolhões que a nossa vida dá, coisas sem sentido que irrompem pelas nossas vidas e por situações onde a falta de coerência nos deixa no mínimo perplexos.
No entanto este é um local, onde o Trambolhão que damos, a falta de sentido e a incoerência tem umas cores menos sombrias, até mesmo, e porque não mais alegres.
Com um sorriso contagiante e um orgulho estampado no rosto a Sr.ª Directora abre de par em para as portas do “Trambolhão”.
Adivinhem quem é que chegou antes de nós… Já prontíssimo para colocar a música a bombar, lá está ele, DJ Rá. O nosso Deus do Sol musical deve andar por caminhos muito mais curtos que nós…deve vir por atalhos de banda larga.
As portas estão abertas. Uma luz que acalma vem lá de dentro e a música surge naturalmente nos nossos ouvidos…os sentidos ficam completos.


Gosto muito de it

Não percebi. Gostas de?

De it, só de it!! E baixava a cabeça, frustrado consigo mesmo. Acabava por agarrar num pedaço de papel e escrevia-o devagar, trémulo, sílaba a sílaba, com o seu lápis pequenino, porque sabia que a sua imaginação não o iria atraiçoar, desta vez.Mas mal tentava dizê-lo em voz alta, com toda a garra e sinceridade, as letras baralhavam-se outra vez num esquema mental difuso e saiam sílabas sem sentido.

No dia do casamento, quando o padre fez a pergunta adequada, apenas se ouviu da boca do noivo: Ism.

Não se importa de repetir, por favor?

Ism, ism, ism. Ela chorava desgostosa e o padre fingia não ter ouvido, enquanto os antigos pretendentes da noiva quase que deitavam notas ao ar e rebolavam no chão de prazer.

Quando estava às portas da morte, de mão dada à sua esposa, conseguiu finalmente dizer: gosto de ti, gosto de ti porra, sem mais medos ou inseguranças sobre o destino de o afirmar. O medo de pronunciar algo tão solene e especial, como que a desafiar o mundo prepotente que por vezes ameça destruir os nossos sonhos se os proferimos em voz alta, desapareceu.

Eu sempre soube, podes descansar. Afinal sempre lá tinha estado o significado, só as letras é que estavam baralhadas. O importante é que as acções sejam percebidas como um todo.

Afinal, o amor não sente a "dislexia”

E o amor é muito mais que palavras ;-)…….
Esta foi uma das salas que nós visitamos… e uma sala onde eventualmente já estivemos a titulo pessoal.
Muitas outras há para descobrir, e redescobrir.
E depois disso é que podem perceber porque é que eu lhe chamei a Escola da Evolução…apesar de ser aos trambolhões, onde nada faz sentido e onde a coerência é nula.
Estamos de volta ao espaço mais profundamente deprimente da blogosfera.
As histórias vão voltar a ser criadas dentro deste Bordel.
Com a espectacular falta de interesse de sempre, mas com a firme convicção de que ainda é possível fazer pior…mas sempre com salero.
Depois desta saída até espaços substancialmente mais interessantes e fascinantes da Grande Avenida, vamos voltar novamente a andar A Procura de… coisas.
Fui…mas volto.

Thursday, May 03, 2007

Diz que é uma espécie de Sex Shop

Saímos fascinados da inebriante livraria e instintivamente rumamos para Norte.
Afastamo-nos de novo da zona nobre da nossa Avenida e voltamos a circular na sua zona mais obscura.
A viagem foi curta, e num estalar de dedos estamos a chegar á Zona Vermelha. A chamada boa zona….Eheheheh.
No fundo de uma ruela mal iluminada lá está ela, ou melhor elas.
Vestidas de modo elegante e provocador, lá estão Miss Woody e Miss Allen, á nossa espera junto á porta…ah não estavam á nossa espera, só vieram fumar um cigarro.
Mas afinal quem são estas personagens, perguntam vocês??
São nem mais nem menos que as donas, gerentes, empregadas e actrizes, daquela que se diz uma espécie de Sex Shop…pelo menos por hoje.
Com um sorriso rasgado como os seus decotes, dizem em uníssono… Bem vindos a nossa humilde mas atrevida casa, façam o favor de entrar e vasculhar por onde e como quiserem.
Antes de entrarmos olhamos para o letreiro que se encontra meio descaído sobre a porta… “ O Regabofe”, é o nome daquela que se diz uma espécie de Sex Shop.
Fazemos questão que Miss Woody e Miss Allen entrem á nossa frente, afinal somos uns cavalheiros e a super, mega mini-saia por elas usada é digna de ser admirada mais demoradamente.
Assim que abrimos a porta e depois dos espanta espíritos pararem de fazer aquele barulhinho irritante, ouvimos tocar na estereofonia da loja (DJ Rá in the House) uma música bem sugestiva….


Vasculhemos então:
“Risca o trabalho do teu vocabulário e chega cá a boca, tenho um golpe certeiro debaixo da língua para te ensinar. Sei que gostas dos meus dentes de baixo, pois então fecha os olhos, leva lá os dedos, palpa-os como os palparia um cego.
Atreve-te a trincar-me a língua, levas dois pares de estalos e um beijo. Vamos que te quero assanhado e odiento, vingativo e indisciplinado, na condição de novato nas lides do assalto.
Esquece o trabalho, detective, andaste demasiado tempo fora, agora tens carvão para acender. Quero uma fogueira á maneira, atira lá para dentro o opus pistorum do miller e o cântico dos cânticos, verás que pegas fogo à cama e à heroína.
Deita a mão à minha cintura, sacode-me a saudade e a santidade, diz-me que entraste mesmo por essa porta e que arrombas a outra – hold up! – agarra-me a volúpia, dá-me a fartura que aí vem noite, aí vem sangue, aí vem grito”.
Saímos como entramos, acompanhados por Miss Woody e Miss Allen…mas muito mais sorridentes.
Apesar de se situar na Zona Vermelha da Grande Avenida, “ O Regabofe” é um lugar cosmopolita e divertido que nos presenteia com um sem número de coisas surpreendentes.
Hoje, o espectáculo que Miss Woddy e Miss Allen nos propuseram deixou todos excitados e ofegantes…e foi só uma pequena amostra daquilo que lá podemos encontrar.
Depois desta, já só falta mais uma etapa nesta nossa visita guiada pela Grande Avenida.
Vamos então preparar os pezinhos, para irmos A Procura de… algo relacionado com a evolução.
Fui…mas volto.

Wednesday, May 02, 2007

Uma Livraria Atrevidamente Doce

Tal como prometido, vamos sair do nosso bordel (esta semana gerido pela nossa grande Prostituta Romena) e ganhar rumo para fora da zona sombria da blogosfera.
Ao contrário deste Bordel, que se encontra situado na zona proibida e não recomendável da Grande Avenida, a livraria que hoje vamos visitar fica na sua zona mais nobre.
Frequentemente visitada por grandes intelectuais, por pessoas comuns e também por muitos limitados intelectualmente, é dos espaços mais cosmopolitas desta nossa Avenida.
Após andarmos cerca de 3 quarteirões internetianos lá chegamos nós ao 1º local a visitar neste nossa romagem a lugares menos sombrios e mais decentes.
Ao longe já conseguimos ver o letreiro que nos anuncia que estamos a chegar á Livraria mais Atrevidamente Doce da Blogosfera… ela está ela no numero 11231, com a porta principal virada para o mar, Livraria “Um Amor Atrevido”.
È um espaço fantástico, onde o tema mais lido é o Amor. Desde a sua vertente mais atrevida até ao Amor mais profundamente doce.
Esta livraria tem algumas características que a tornam particularmente fascinantes. Assim que entramos no seu espaço imenso, um livro ou um texto é colocado nas nossas mãos…mas tendo sempre a palavra consagrada como base.
Para além disto é colocada a tocar uma música que reflecte o que vamos ler…responsável máximo por esta conjugação é o Grande DJ Rá.
Estão preparados para entrar?
Então vamos lá. Desfrutem deste fantástico espaço como se não houvesse amanhã.Assim que entramos temos um texto nas nossas mãos. Assim que nos preparamos para começar a ler eis que surge nos nossos ouvidos…mas esperem que música é essa??


“Quero escrever-te até encontrar onde segregas tanto sentimento.
Um ano. Um ano cheio de fins, em que todos os dias te esqueço. Um ano cansado de ouvidos e de dedos à escuta, na mira de um suspiro teu, de um relance foragido, de um sopro.
Um ano repleto da palavras minhas e parcos em palavras tuas, de memórias brumosas, como fantasmas de piratas no nevoeiro, sem rumo.
Um ano de um querer solitário e a noção risível de quão patético é o amor de um lado só. Inevitável, avassalador, incumprido, no seu silêncio emparedado. Sempre a fingir que não é nada, que não foi nada.
Caíram entretanto, muitos factos sobre mim, coisas, chatices, conteúdos programáticos: encheram-me até cima, até todo eu ficar ocupado em trabalhos, até o meu último fio de cabelo ficar com a agenda preenchida.
Não adiantou: um ano, dois anos, dez anos, nunca deixarei de pensar em ti, de te querer e de fazer caber um bom bocado de mim dentro de ti. Mas não to digo, nem pensar: não suportaria que me olhasses com a estranheza e a perplexidade dos indiferentes, como se olha um maluco desdentado que nos pedincha um cigarro na rua”.
Simplesmente fantástico. E como este muitos mais há na Livraria “Um Amor Atrevido”.
Passem por lá, e depois voltem novamente a passar...não se vão arrepender.
A primeira visita está feita.
Vamos agora ganhar rumo para outro quarteirão desta Grande Avenida e vamos A Procura de… encontrar uma Sex Shop.
Fui…mas volto.