Um Estado em Frangalhos

Hello malta, pois cá estou eu de volta e hoje mais revoltado que nunca.
Não só revoltado mas também incrédulo em relação ao rumo que o estado do nosso Estado está a tomar.
Assistimos nos últimos dias a mais dois episódios da fulgurante e triunfal caminhada do nosso pais na direcção certa…o ABISMO.
Enquanto pessoa cuja formação foi alicerçada em alguns valores que continuo a preservar é para meu grande espanto que vejo um pais como aquele onde vivo e onde adoro viver estar a perder todo e qualquer valor que eventualmente ainda pudesse restar.
A frase verdadeira e gasta da sociedade global, não pode assentar numa sociedade global sem qualquer valor. E o valor a que me refiro não se reduz a um mero valor económico…são outros valores, como a defesa dos Direitos Humanos, do Direito dos Animais, do Direito a um Ambiente Saudável com respeito pelo protocolo de Quioto e de coisas tão simples como o respeito pelas crianças, pelos idosos…por todos.
E isto vem a propósito da mais recente visita a Portugal, do Prémio Nobel da Paz e Líder Espiritual do Tibete o Dalai Lama.
Invocando razões do maior interesse do Estado, nenhum dos representantes deste nosso pais se dignou a receber o Dalai Lama.
O curioso é que se virmos bem essas razões, elas não serão mais que a defesa e salvaguarda dos actuais e futuros negócios com a China que meia dúzia de empresas deste nosso pais tem perspectivado.
Mais curioso é verificar que estes senhores fecham os olhos a uma causa em tudo semelhante a que Timor viveu quando estava ocupado pela Indonésia, e que a todos mobilizava das mais diversas maneiras…até o Luís Represas fez uma cantiguita para a coisa.
A diferença é que nem a Indonésia era uma potência emergente como a China o é neste momento, nem a defesa da independência do Tibete face a China dá votos.
Mas se calhar estou enganado e apenas e só não receberam o Nobel da paz porque ele no fundo é um grande velhaco mesmo…assim tipo os inimigos dos Jovens Heróis de Shaolin.
Ou então porque como somos um pais que se quer tão á frente e fashion não ligamos nenhuma a malta que ainda anda de cabelo rapado e túnicas de cor duvidosa…gente sem graça, sei lá.
É a vergonha ao seu mais alto nível…e já em dose dupla de todos os representantes da nossa nação.

Enfim, basta olhar para este rapazola e ver que é um individuo perigoso e com quem não convém andar…más companhias.
Depois de mais esta manifestação de subserviência para com os grandes respeitadores dos Direitos Humanos e de tudo o resto que simboliza qualquer Democracia que são os Grandes Comunas Chineses, já não podemos esperar muito ao nível de valores…para além dos económicos, é claro.
Depois deste belo exemplo a nível Internacional, eis que somos surpreendidos com mais um episódio da nossa novela caseira…O Desgoverno de Portugal.
Um dos meus primeiros post’s foi sobre a justiça e o estado lastimoso em que a mesma se encontrava.
Sendo jurista por formação, e apesar da nada ter a ver com o direito, esta é uma matéria que me desperta sempre atenção, nomeadamente porque de dia para dia reforço as minhas convicções de não ter continuado ligado a área.
O último exemplo do desgoverno da nossa justiça é o novo Código do Processo Penal.
Mais uma vez o legislador não tomou a decisão correcta.
Quanto mais leio e me informo sobre o novo Código do Processo Penal mais afio a faca e o sabre…ainda não sei se corto os pulsos ou a jugular.
Em matéria de tanto melindre, a razão aconselha normalmente bom senso e prudência.
Ora aqui estão duas palavras que o legislador se deve de ter esquecido quando fez as alterações.
A justiça em Portugal é lenta, é demasiado burocrática, tem demasiados expedientes que permitem que ainda possa ser mais lenta. Tudo isto é verdade. Agora não se pode fazer um aceleramento da mesma á toa…o despiste é certo.
Não se pode querer que a justiça seja célere a todo o custo. Não se pode olhar para toda a tipologia de crime de modo estanque.
Uma coisa é a pequena criminalidade, com pequenos roubos, com desacatos eventuais, etc. Outra coisa são criminosos que estão indiciados, são suspeitos ou são mesmo assassinos, violadores, pedófilos e praticantes de grandes crimes económicos.
Não se pode colocar tudo no mesmo saco. Estamos perante tipologias de crimes muito variados e com gravidades antagónicas.
Não é possível que um suspeito por furto simples tenha um período de prisão preventiva que um assassino, de um pedófilo ou de um violador.
O ladrãozeco, esse grande facínora deve ter um período muito maior antes de ser posto em liberdade…
Não vou dizer muito mais sob pena de ainda ficar enjoado e com náuseas.
Agora só deixo duas questões:
Como é que foi possível que na Assembleia da Republica tenha havido um consenso tão alargado em relação a tamanha barbaridade?
Como é que não se envolveu todas as partes que normalmente estão envolvidas em processos desta natureza? Medo do corporativismo dos Magistrados? Medo de levar porrada das nossas policias?
Não entendo. Mas não entendo mesmo.
Os governos de esquerda tendem a ser mais brandos em matérias desta índole…mas há limites.
O pais caminha alegremente e assobiar para o lado direitinho para o abismo…mas ainda não é tarde para se dar a volta a isto.
Depende de todos. Não podemos é deixar que os paspalhos do costume andem constantemente a afundar o belo pais em que vivemos.
Está na hora, e já vamos tarde, de ir A Procura de…uma nova classe politica.
Fui…mas volto.