O Bordel mais fantasticamente deprimente da Blogosfera

Saturday, July 14, 2007

O lado lunar da história

Este é o relato de uma viagem de uma caminhada. De uma caminhada sem sentido e sem rumo…sem norte.
Passo a passo, degrau a degrau, todos os metros daquela trilha foram calcorreados.
Desde o monte Olimpo até a falta de chão para pisar toda uma queda vertiginosa foi sentida e absorvida de modo intenso.
Os dias eram demasiado curtos e as noites demasiado compridas. Tudo e todos eram cores que abrilhantavam aquele cenário negro.
O acordar depois de mais uma noite sem ter dormido, o escape de mais um dia antes do terror de mais uma noite.
Dias e dias foram passando até chegar ao fatídico dia, onde tudo se desmoronou, onde o chão se abriu de repente, e o céu se abateu sobre a cabeça.
Um exorcizar de vários demónios, um escape em vícios que queimam por dentro, uma dança com pés trocados.
Um olhar distante e mal focado, um, entre vários erros na escolha e uma cor que afinal nada abrilhantava.
Entre várias horas erradas, vários locais errados e várias pessoas erradas aquele era apenas e só mais um Spa mitigado para a alma.
Olhar para as mãos e ver a areia escorrer por entre os dedos…mesmo sem estar na praia.
Olhar para o lado e ver o comboio passar a alta velocidade…mesmo sem estar junto á linha, tudo passava entre os olhos e a alma meio perdida.
A autoridade de uma revista que viola a alma e o ser…o início do desmoronar.
O ficar preso a recordações que se agarravam como uma lapa. Sons estranhos misturadas com as mais diversas línguas do mundo entravam e saíam da cabeça á mesma velocidade que o comboio passava.
Afinal era apenas e só mais uma noite demasiado longa que antecedia mais um dia demasiado curto.
Um erro atrás de outro, um acto de contrição, a constatação da falha que se começava a abrir, o gritar das sirenes e o som final que foi um murro violento no estômago.
Um simples clique, ou terá sido antes um enorme CLUMQUE…algo foi.
A posição fetal assumida após o murro, a procura de uma protecção que não existia, o fumo da droga de vida a passar em frente aos olhos, e o cheiro dessa mesma vida a ficar entranhado nas narinas.
Um estar de pé deitado, o perceber de que algo estava mesmo mal, o juízo infernal que se aproximava, que se aproximou e que se afirmou … apenas e só mais um erro.
O ganhar de um status societário… mas um status desalinhado.
Era chegada a altura do processo da vida em que se é arguido. Culpado ou inocente?
Um estado de alma diferente, uma saída airosa e um acordar.
De repente o dia ficou como a noite… comprido demais.
Um sorriso infantil ao subir das escadas e um brilho nos olhos quando se começou a ver luz.
Um toque a reunir, uma bússola que é oferecida.
Um caminho percorrido no sentido inverso. Passo a passo, degrau a degrau a subida desde o calor do inferno até ao sentir uma suave brisa da Primavera.
Uma inversão de imagens, um andar para trás que era um andar em frente.
As pessoas erradas que viram as pessoas certas.
As horas menos próprias que se tornam nas mais próprias e felizes.
Os lugares errados que se transformam nos lugares mais certos e felizes do mundo.
Tudo feito com um sorriso e sem nunca largar a bússola…ela indicava o caminho certo…mesmo que pudesse parecer o errado.
A areia deixou de passar por entre os dedos…simplesmente desapareceu.
E os comboios… nunca mais ninguém os viu.
A vida retorna ao ritmo certo, com a cadência certa de quem sobe degrau a degrau. De quem agarrou a corda e começou a trepar para fugir ao buraco que subitamente se tinha aberto debaixo dos pés.
O retomar do brilho por entre os lábios. O retornar do verdadeiro brilhos nos olhos…e não o das lágrimas.
Um rumo certo, um movimento enleante.
Um calor que não era infernal mas era prazer conjugado com um frio que não era gélido mas fresquinho.
Todos os alicerces estavam de novo em pé e bem sólidos …e sempre sem largar a bússola.
No retomar do caminho, um buraco que faz com que a bússola até ali nunca largada desapareça para sempre… tal como a areia que escorria por entre os dedos.
O tremer, o balançar da estrutura que um tremor de terra súbito e violento provoca.
A queda de um pilar que provoca o escurecer da caminhada.
Uma luz que se acende e que aponta o rumo … é só seguir na sua direcção.
Mais uns degraus que se sobem.
Os erros vão sendo corrigidos um a seguir ao outro.. até a correcção final.
Uma palestra fantástica é o complemento perfeito da luz.
O poder da palavra, o poder da constatação ganha ao poder maléfico do equivoco e da mentira.
A bússola está perdida para sempre, mas o rumo foi reencontrado.
Tudo começou com uma caminhada rumo ao abismo, mas tudo acaba com uma caminhada em direcção a felicidade... com rumo e com norte :-)
Só se tem que estar atentos e andar A Procura de… encontrar a bússola certa.
Fui…mas volto.

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Anda aqui uma pessoa louca á procura do Norte... E tu a baralhar os mortais..

10:09 am

 

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