Silêncio

Xiiiuuuu.

Não, não se vai cantar o fado, nem vai começar qualquer espetaculo....
Terei ouvido um coro a dizer isso é mentira?? Eu sei que os meus textos são um espetáculo, e digo mais, um espetáculo de luz e côr, mas a modestia não me permite concordar tão rapidamente com isso. Mas ao fim de 2 minutos já estou convencido disso.

Os meus 5 leitores ( sim 5... agora é que já começo a pensar transformar este blogue em livro. Se calhar é melhor ter alguma calma...se calhar ) devem de estar a pensar para com eles ( sim a pensar, porque apesar de frequentarem este espaço são pessoas que pensam ), como é que este gajo, que é um papagaio dum raio vai falar sobre o silêncio.

Ah pois é...eu consigo fazer coisas que nem vos passa pela cabeça.

Mas o que representa o silêncio ? O que nos pode dizer ? Que significados pode ele ter ?

Não olhemos para o aspecto mundano da coisa. Olhemos antes para todo um poder e toda uma representação que ele eventualmente tenha.

O silêncio pode ser constrangedor quando não desejado, sinónimo de solidão. O silêncio pode nestes momentos ser um reflexo de um estado de alma depressivo, triste, melancólico e todos os adjectivos cujo o significado seja manifestamente negativo.

Tal como tudo na nossa vida, também o silêncio tem a sua perspectiva positiva.

O silêncio permite muitas vezes a descoberta de cada um.

E essa descoberta é muitas vezes não só silenciosa como também dolorosa ou menos agradavél . E porque que ela tem essa representatividade e esse traço. Muito simples, digo eu.

Todos nós enquanto seres racionais, mas antes de mais nada enquanto seres emocionais temos medo do ser, de nos encontrarmos, do absoluto.

O ser é o encontro do acidental ( que somos nós, enquanto seres emocionais ) com o absoluto...e esse encontro é terrível, é uma vertigem.

Há um medo gritante e absurdo de cair no abismo, que é o absoluto. Mas que raio é o absoluto???

Nada mais do que a realidade, aquilo que nos envolve, aquilo que estamos a vivenciar e que não queremos...ou queremos muito.

O silêncio é intrinseco à introspecção, e quando estamos nesse estado, mesmo sem dizer uma única palavra, estamos a processar tanta informação que podemos dizer que está a decorrer um brainstorming silencioso.

Tal como a música, também nós vivemos de silêncios. Silêncios que muitas vezes são comprometedores mas que acima de tudo são reveladores.

O silêncio pode traduzir tranquilidade e alegria, ou desconforto e sofrimento...mas pode traduzir também cumplicidade, e a cumplicidade do silêncio diz tudo.

Quem é que ainda não precisou de alguma forma de silêncio??

Todos nós já precisamos dele e já o usamos.

Mas não é por isso que vamos deixar de andar A Procura de... que o silêncio seja de ouro, e já agora cúmplice.
Fui.