O Bordel mais fantasticamente deprimente da Blogosfera

Saturday, November 18, 2006

A Primeira Viagem



A primeira viagem de que vos vou falar, é a viagem que mais vezes fiz... é a chamda viagem á terrinha.
A terrinha aqui chama-se Cabeceiras de Basto e fica longe como o raio.
A cerca de 400 Kms de Lisboa fica a terra que viu nascer os meus pais.
Com tantas terras pelo meio não sei como é que eles vieram parar a Lisboa...mas tenho a leve desconfiança que se deve ao facto de Lisboa ser a nossa Capital, e para quem procurava uma vida melhor, poderia eventualmente ser o local com o maior número de oportunidades...mas isso são cá desconfianças minhas.
Só posso dizer uma coisa...ainda bem que não ficaram no Porto.. hoje eu seria um morcão.
Se hoje em dia Cabeceiras de Basto fica longe como o raio, não queiram imaginar como era fazer esta viagem há alguns ( poucos ) anos atrás...digamos na minha infância, por isso há cerca de aproximadamente...ora isso agora nao interessa para nada.
Estão a ver uma viagem inter-continental ?
Então ninguém responde? Gente mal educada.
É isso mesmo. Ir a Cabeceiras de Basto demorava 8 ou mais horas de caminho. Admirados!
Nem sempre este pais teve auto-estradas que ligavam Portugal de Norte a Sul. Todo o caminho era feito por estradas nacionais apinhadas de todo o tipo de automóveis.
Subir e descer serras era tenebroso, passar em certos locais era medonho, e a passagem por dentro de algumas cidades ( digamos quase todas as que ficavam no trajeto ) era obrigatório.
Tudo isto fazia com que os agora cerca de 400 Kms...sim porque antigamente a distância era substancialmente maior...representavam para todos os que o faziam um misto de alegria e profunda vontade de não os fazer.
Não os fazer pelos motivos que já disse e alegria porque esta viagem representava um dia de constantes aventuras e de podemos desfrutar a companhia uns dos outros durante a viagem.
Sim porque este representava o 1º dia de férias em familia, onde os primos se juntavam mais uma vez para desfrutar de pelo menos 15 dias campestres.
Já ouviram falar de quartos em open space???
Pois esse era um modelo muito em voga por aquelas bandas...uma grande barafunda mas até se tornava divertido.
Confesso que nunca fui dos principais admiradores da terra, das gentes e dos hábitos de Cabeceiras de Basto ( para grande desgosto dos meus progenitores ).
Nunca tive muita, para não dizer nenhuma identidade com os cabeceirenses... diziam que com a idade passava. Lamento continuar a desapontar os meus progenitores... NÂO PASSOU.
A idade ainda veio reforçar mais essa falta de identidade com a Gente Rude do Campo, acolhedora, mas rude.
Sou demasiado urbano e Lisboa faz-me demasiada falta...em suma um cosmopolita.
Ok, eu deixo de ser pretencioso..um pequeno cosmopolita. À semelhança do que Lisboa é.
Cabeceiras de Basto para mim tem significado enquanto a matriarca da familia lá estiver. De quem falo? Da minha adorada avó, que do alto dos seus 97 anos ainda nos mantém com alguma ligação á ruralidade.
Quando essa ligação se quebrar... o futuro nos dirá.
Depois desta primeira viagem, vamos assentar arraiais e descançar um pouco... Eu já vos disse que Cabeceiras é longe como o raio?
Mas estejam sempre preparados, a qualquer momento vamos novamente partir em viagem,
Á Procura de ... uma nova paragem.
Fui.


1 Comments:

Blogger Jingas said...

o marcelo esteve por lá??

8:28 pm

 

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