Rumo ao Sul

Apesar das sombras têm estado um sol lindo… acho que a outra piquena já deve de andar a moer o juízo a São. Pedro :-)
E foi inspirado neste sol fabuloso que decidi partir viagem rumo a sul. Assim quem me quiser acompanhar só tem que subir para este barco, pois vamos rasgar as águas rumo ao sul (tipo os passarinhos quando fogem do frio).
Ao Algarve nunca fui, o mais longe que fui foi a Lagos…vai ser esta a frase que vai dar o mote a mais uma viagem que tem o exclusivo patrocínio das Viagens Marranita.
Vamos fazer avançar a máquina do tempo e recuar apenas alguns poucos anos para chegarmos pela 1ª vez a Sul.
Quem faz grande parte do percurso escolar entre a Brandoa e a Damaia é óbvio que não vai fazer uma viagem de finalista do Ensino Secundário para um sítio de loucura…assim tipo Loret del Mar.
Destino escolhido, Albufeira… afinal para onde é que vai o povo.
E foi com um espírito bem galhofeiro que lá partimos de Expresso rumo a loucura.
Digamos que a minha reputação junto da minha turma não era propriamente das melhores…afinal eu não dava importância aos putos. Putos estão vocês a perguntar??
Digamos que eu decidi fazer uma especialização ao nível do Ensino Complementar. Assim tipo 6 em 3…mas isso não interessa nada. Loucuras da juventude.
Lá chegados achamos que os apartamentos estavam mal mobilados e decidimos que deveríamos dar uma estética mais pessoal aos mesmos…mas era uma estética tipo acampamento cigano, tudo ao molho e fé em qualquer coisa.
Afinal quem é que nos mandou ir para uma coisa chamada de GardenChoro…do best.
Houve malta que começou por dormir numa cama e acabou a dormir num sofá tipo cambalhota…mas só naquela. O conforto nesta altura pouco importava. Importante mesmo era o cumbibio.
Não éramos muitos…mas éramos bons para a rambóia. E o que a malta queria era festa.
A viagem aconteceu em meados de Abril de 1900 e qualquer coisa…mas não vai há muito.
Já se está mesmo a ver o que é que um conjunto de malta jovem faz na terra da loucura…e o que Albufeira é louco em Abril…ou então não.
Durante o dia e se o tempo o permitia uns mergulhos na piscina. Corrijo, um mergulho na piscina. Ainda me pergunto hoje o que é que dois parvos foram fazer para dentro de uma água que estava simplesmente gelada. Não sei. È uma pergunta que devem fazer ao Keita, pois o meu cérebro congelou no momento em que entrou na água…Gente Parva.
Entre umas festinhas no apartamento e uns passeios pela cosmopolita Albufeira assim eram passados os nossos dias.
Como em qualquer grupinho há sempre umas figurinhas mais difíceis do que outros. Mas no nosso um ganhava de modo destacado, Duarte. Não há palavras para descrever este personage. Era um miúdo porreiro mas tinha alguns problemas. Desde não perceber nada do que lhe diziam, esperar resposta era uma perca de tempo. Até ao modo como o bicho dormia. Sem almofada e com a cara completamente enfiada no colchão…aquilo era tipo apneia mas em seco…nunca percebi como é que ele conseguia respirar. E confesso que ainda perdi algum tempo a tentar perceber. E mais havia para dizer mas não temos tempo.
Aida, uma rapariga que fazia dietas para engordar…mas que estar de lado ou de frente era mais ou menos a mesma coisa.
O Tozé e a namorada que deveriam estar a fazer a sua primeira lua de mel…chamemos-lhe assim.
O João e a Susana (que está a fazer companhia á minha menina) num misto quarto mais cedo ou quarto mais tarde…sempre na rambóia.
Keita Wagner, o representante das minorias do grupo. Um puto muito porreiro e que se transformava um bocado quando bebia.
Lídia, a jeitosa do grupo.
E por fim o trio espaçoso, Eu, Teresa e Ana. Os 3 juntos dávamos um peso bem interessante na altura. Hoje já não é assim, pois não Teresa? Eheheheeh.
Como era de esperar todas as discotecas das redondezas receberam a nossa visita…já para não falar dos bares e esplanadas circundantes.
Desde vermos um preto a tentar cantar num Karaoke até vermos o mesmo preto a comprar uma rosa para se oferecer a si mesmo tudo ia acontecendo…o pior é que o preto era o Keita. Lamentável.
IRS…abrimos a pista eu e o Keita. Digamos que era bem cedinho.
Na Kiss também decidimos ir cedinho…mas ai o ambiente ainda ficou composto. Eu sei que disse Kiss e tenho plena consciência disso, mas fazer o que?
Pior que isto tudo era ver malta a dormir ao som do mais puro House…deprimente.
É óbvio que a Kadoc não ficou sem a nossa visita. O curioso foi ver um grupo de gente parva a ponderar ir a pé…aquilo até é pertinho.
Melhor que tudo é que fomos no último dia, onde já está tudo roto…mas há que ser radical e fazer uma directa até chegar a hora de apanhar o expresso de volta a Lisboa…ou qualquer coisa parecida.
Mas o momento deprimente desta estadia foi quando os moços que compunham o grupo decidem presentear a Teresa (afinal a moça fazia anos…e já que falo disso, PARABÈNS AMIGA…todos a dar os parabéns a Teresa) com um magnífico mas sobretudo deprimente show de strip. Não por mim claro, que sempre tive um corpo de Deus Grego…mas pelos meus companheiros de show. Foi muito mais que deprimente, mas não consigo encontrar adjectivo para descrever a triste actuação dos meus colegas de elenco erótico. Ahahahahahaha.
E foi neste ritmo entre a parvoíce de um mergulho em águas geladas (aquela piscina deveria ser abastecida por águas do Atlântico Norte), passando por uma beza e outra, rodando pelas discotecas da paróquia (e sempre cedinho, porque “de manhã” é que se começa o dia), até acabar num sentimento de angústia profunda por ver uma série da machames desalinhados, para não chamar deformados aos meus colegas “dançarinos exóticos”…porque o erotismo ficou noutro lado qualquer.
A viagem de regresso foi sempre a partir pedra e com um frio que não se podia…o autocarro era mesmo dos bons.
Desde esta viagem a minha cotação subiu em flecha… modéstia a parte.
Conheceram o verdadeiro Joca e eu conheci os putos, que afinal já não eram tão putos quanto isso.
Hoje mantenho algumas destas amizades. Uns estão mais distantes outros estão mais próximos (uma delas até decidiu que se calhar casava com um dos meus melhores amigos e que vinha morar para o andar abaixo do meu…não é assim Teresa. Já que falo nela…PARABÈNS AMIGA, e logo vou ao teu jantar. O meu chefe deixou).
E é com um sorriso de felicidade por recordar estes momentos, mas acima de tudo por recordar quem comigo viveu estas maluqueiras que prometo a toda a frota mercante que vagueia pelo grande oceano da blogosfera, que com bússola ou sem ela, vamos andar A Procura de… rumar novamente a Sul.
Fui…mas volto.