O Bordel mais fantasticamente deprimente da Blogosfera

Wednesday, April 18, 2007

Os Tempos que Correm

Pois é rapaziada, Show must go on…
Independentemente da tristeza interior que trago, tenho a certeza que ela está a olhar para nós e a dizer: Então rapaziada como é a nossa vidinha?? Não era assim que eu queria que vocês estivessem. Vamos lá a arrebitar e a continuar a levar a vida com um sorriso nos lábios.
E foi depois de ouvir este recado velado que decidi que ela tinha razão…temos que ir em frente e levar a vida com atitude positiva e com um sorriso nos lábios.
É nestas alturas que nós questionamos muita coisa na nossa vida. Se valerá a pena muitos dos esforços que fazemos no nosso dia a dia para obtermos determinadas coisas que no fundo, no fundo não tem valor rigorosamente nenhum.
E foi imbuído deste espírito reflexivo e a ver o grande José Pina no programa Prazer dos Diabos (que tal como eu, a minha menina tanto gostava) que decidi escrever um post.
Na minha vida profissional, sou responsável ou irresponsável (depende do critério utilizado) por uma equipa, e sinto e vejo que muitas vezes as pessoas dão importância a determinadas coisas que não lembram a ninguém.
Damos muitas vezes relevo a situações e a factos que se objectivamente analisados e colocados nos pratos de uma balança não terão a importância que nós lhe damos.
A concorrência desenfreada por mostrarmos que somos melhores que os outros onde é que nos leva muitas vezes?
A um patamar elevado na nossa vida profissional? Pode ser que sim. Mas se a este patamar lhe somarmos um bocado de nada e outra de coisa alguma, o que é que isso dá?
Na minha opinião não dá nada de relevante.
É pena que sejam acontecimentos trágicos como o que me aconteceu, que nos façam olhar para dentro e pensar melhor o que queremos da vida e o sentido que ela tem.
Quais são as partes que nós queremos para dar o todo que representa a nossa vida?
Só trabalho? Só concorrência desmesurada? Só demonstrar que somos melhores e temos mais coisas que os outros?
Nada disso faz sentido se não nos sentirmos completos, e acima de tudo se não nos sentirmos felizes…e essa felicidade constrói-se essencialmente com as pessoas e com os sentimentos…pelo menos no meu conceito de felicidade.
E foi neste espírito de introspecção que quando li um texto de João Pereira Coutinho não pude de deixar de concordar plenamente com ele. E passo a citar:
“Não tenho filhos e tremo só de pensar. Os exemplos que vejo em volta não aconselham temeridades. Hordas de amigos constituem as respectivas proles e, apesar da benesse, não levam vidas descansadas. Pelo contrário: estão invariavelmente mergulhados numa angústia e numa ansiedade de contornos particularmente patológicos. Percebo porquê. Há cem ou duzentos anos, a vida dependia do berço, da posição social e da fortuna familiar. Hoje, não. A criança nasce, não numa família mas numa pista de atletismo, com as barreiras da praxe: jardim-escola aos três, natação aos quatro, lições de piano aos cinco, escola aos seis. E um exército de professores explicadores, educadores e psicólogos, como se a criança fosse um potro de competição. Eis a ideologia criminosa que se instalou definitivamente mas sociedades modernas: a vida não é para ser vivida - mas construída com sucessos pessoais e profissionais, uns atrás dos outros, em progressão geométrica para o infinito. É preciso o emprego de sonho, a casa de sonho, o maridinho de sonho, os amigos de sonho, as férias de sonho, os restaurantes de sonho. Não admira que, até 2020, um terço da população mundial esteja a mamar forte no Prozac. É a velha história da cenoura e do burro: quanto mais temos, mais queremos. Quanto mais queremos, mais desesperamos. A meritocracia gera uma insatisfação insaciável que acabará por arrasar o mais leve traço de humanidade. O que não deixa de ser uma lástima. Se as pessoas voltassem a ler os clássicos, sobretudo Montaigne, saberiam que o fim último da vida não é a excelência, mas sim a felicidade!”
Sou um defensor absoluto da meritocracia no trabalho. As pessoas devem de ser reconhecidas pelo seu mérito e não por outros conceitos subjectivos.
Mas a meritocracia não é tudo na nossa vida. O que é que vale mais, a méritocracia ou a nossa sanidade mental?
Nos nossos dias os AVC’s as Embolias Cerebrais e outras doenças do foro neurológico são uma constante…e para quê?
Será que vale a pena exacerbarmos os nossos problemas e darmos aos mesmos uma dimensão que eles não tem…mas que acima de tudo não deveremos dar.
Se já o fazia, se já o defendia, este acontecimento ainda veio reforçar mais a minha postura perante a vida. Objectivo máximo…SER FELIZ.
Ser feliz e aproveitar cada dia como se fosse o último, desfrutar daqueles que amo, desfrutar dos belos prazeres da vida, desfrutar do meu trabalho…desfrutar da vida.
Com preocupações e arrelias é claro. Mas sabendo dar a cada uma a importância efectiva que elas tem…não vale a pena estarmos a potenciar coisas cuja importância é pouca ou mesmo nenhuma quando comparadas com outras coisas.
Este acontecimento que me marcou para toda a vida, deixou uma mensagem bem clara na minha cabeça e no meu coração, vou estar sempre A Procura de…encontrar as partes certas para dar um todo bem FELIZ.
Fui…mas volto.

4 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Consigo concordar plenamente com o que é dito no texto... mas confesso que, por vezes, tenho alguma dificuldade em relativizar algumas preocupações e arrelias... Pode ser que, com o tempo, consiga essa plenitude. Também vou... À Procura de ser Feliz! Beijoca.

12:46 pm

 
Anonymous Anonymous said...

A cbig sou eu...

12:48 pm

 
Blogger Jingas said...

não tás à espera que leia isto tudo, pois não?? li que eras responsavel por uma equipa e não consegui ir em frente...:P

7:47 pm

 
Blogger Jingas said...

bem...afinal acabei por ler...

os indígenas que euzinha vai gerar, vão ser crianças, vão brincar na terra, vão apanhar flores... fazer chichi na coral do joca e não vão ser cromos!

7:52 pm

 

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