O Bordel mais fantasticamente deprimente da Blogosfera

Thursday, April 19, 2007

Crónicas do Cume Saem

Eu não disse que voltava!!
Foi mais rápido do que vocês estavam á espera….temos pena.
Como acho que é tempo de dar a volta por cima, decidi que era também boa altura para tentar fazer um post um bocadinho mais divertido do que os últimos.
Também não era difícil, estão vocês a pensar. Vocês e eu….
Março representa um mês muito angustiante. Para mim Março é igual a IRS…e há lá coisa mais deprimente que imposto?
Claro que há….este bordel é profundamente deprimente e bate qualquer imposto de caras.
Mas o que é que o IRS ou outro qualquer imposto tem de divertido? Absolutamente nada.
Mas foi por causa do IRS, ou melhor, por causa da entrega do mesmo e da saga que todos os anos representa para mim encontrar as minhas despesas, que encontrei perdido no fundo de uma gaveta um dos textos mais brilhantes da cultura popular brasileira.
O autor das estrofes e das quadras que compõem “As Rosas do Cume” é um autor desconhecido, mas não é por causa disso que as mesmas deixam de ser brilhantes.
E agora para todo um vasto auditório aqui vai “As Rosas do Cume”…

“No cume daquele morro
Eu plantei uma roseira.
O mato no cume cresce,
A rosa no cume cheira.

Na hora crepuscular,
Tudo no cume aparece:
Vaga-lumes no cume brilham,
Cobra no cume padece.

Quando cai a chuva fina,
Salpicos no cume caem.
Lagartos no cume entram,
Abelhas do cume saem.

Mas depois que a chuva cessa,
Ao cume volta a alegria.
Voltando a brilhar depressa
O sol que no cume ardia.

No cume da minha serra
Eu plantei uma roseira
Quanto mais as rosas brotam
Tanto mais o cume cheira.

À tarde, quando o sol-posto
O vento do cume adeja
Vem travessa borboleta
E as rosas do cume beija.

No tempo dos invernais
Que as plantas do cume lavam
Quanto mais lavadas era
Tanto mais no cume davam.

Mas se as águas vêm correndo
E o sujo do cume limpam,
Os botões do cume abrem
E as rosas do cume brincam.

Tenho por certeza agora
Que no temo de tal rega
Arbusto por mais mimoso
Plantado do cume pega.

Vem porém o sol ardente
Seca logo a catadupa
O mesmo sol a terra abrasa
E as águas do cume chupa.

A rosa do cume fica
No mais alto da montanha
A rosa do cume pica
A rosa do cume arranha.

As rosas do cume espreitam
Entre folhagens d’além
Trazidos na fresca brisa
Os cheiros do cume vêm.

No cume duma montanha
Tenho um olho d’agua à beira
È uma água tão cheirosa
Que a multidão ansiosa
O olho do cume cheira”

Espero que tenham acabado de ler estas quadras com um sorriso nos lábios…era esse objectivo.
E é com este espírito galhofeiro e popularucho que vamos continuar a nossa saga.
Temos que tirar a tristeza deste estabelecimento plantado na grande avenida da blogosfera…mas nunca a saudade.
Por isso clientela bem risonha deste espaço absolutamente deprimente está na hora de montar espectáculos para alegrar este bordel…afinal é um local onde se espera animação. Eheheeheheh.
Vamos então andar A Procura de… sentar o cume na cadeira e sorrir.
Fui…mas volto.

3 Comments:

Blogger Jingas said...

cumé???

7:52 am

 
Anonymous Anonymous said...

Hehehe. Gostei do espírito! Bom fim-de-semana!

1:07 pm

 
Anonymous Anonymous said...

O Autor do poema satírico "A Rosa do Cume" é o cearense Plautus Cunha, filho filho do grande advogado e poeta Quintino Cunha.

1:37 pm

 

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