O Bordel mais fantasticamente deprimente da Blogosfera

Tuesday, February 27, 2007

Mochila ás Costas















Olá senhores passageiros, aqui quem vos fala é o Comandante Joca, vou ser eu que vou estar aos comandos deste magnifico aparelho que vos vai levar numa viagem que se espera sem incidentes (tirando uns poços de ar, alguma turbulência e quem sabe uma aterragem de emergência) até ao nosso destino… A Figueira da Foz.
Olha não sabia que a Figueira tinha Aeroporto, devem de estar vocês a perguntar?
Tem sim senhor. Está é muito bem escondido e só algumas, poucas pessoas sabem onde é.
Estão a ver a praia….é logo a seguir.
Pois é, a Figueira da Foz representa mais um destino no roteiro de viagens.
E a Figueira porquê?
Porque foi lá onde fiz a minha primeira passagem de ano fora de Lisboa…digamos que foi uma passagem de ano que durou uns quantos dias.
Na Figueira morava o Barata (estão recordados dele da viagem a Mil Fontes? Pois é, este está em todas.) e após convite feito por ele tomamos a decisão de ir fazer uma passagem de ano diferente do habitual. A decisão não foi fácil, estivemos para ai 5 minutos a decidir…sendo que 4:50 minutos foram gastos a decidir em que dia íamos…éramos pessoas muito ponderadas.
E lá fomos todos. A tribo era composta por mim, pelo Carlucis, Zé Tó, Nuno Alberto, Miguel, Áurea e uma sobrinha dela que curiosamente era mais velha do que a grande maioria de todos nós (mas isso é outra história).
O Zé e o Nuno foram andando para preparar o terreno e o resto da malta lá embarcou no comboio dois dias depois.
Após um almoço bem frugal lá fomos nós de mochila ás costas, viola debaixo do braço e uma garrafa de Jeropiga a tira colo para uma viagem bem alucinante até a Figueira…alucinante para o resto dos passageiros.
Lá chegados constatamos logo que o ambiente ia ser de festa rija…a sobrinha da Áurea é que ainda andava meio perdida no meio de tanta parvoíce, mas era só uma questão de tempo.
Como qualquer homem que se preze e que more sozinho a casa do Barata tinha pouca coisa por assim dizer…mas isso quando se é jovem e inconsciente não conta para nada.
Talheres havia poucos…não há nada como uma chave de fendas para comer um ovo escalfado, e a falta de pratos era resolvida comendo a feijoada directamente da panela.
Não há nada como um cobertor no chão para dar uma bela cama…e sem stress.
Digamos que a rambóia começou nesse preciso momento. Desconfio que os vizinhos dele passaram os piores dias e noites da vida deles.
Desde haver música constante de manhã até de manhã, havia toda uma série de barulhos provocados por uma cambada de alucinados que estavam todos juntos no mesmo espaço…medo.
Banda do momento nesta altura…Extreme. Muito tocou aquele CD ou cassete (já nem sei ao certo) …música de eleição: More than words…Simplesmente fabulosa.
A quantidade de líquidos ingeridas naqueles dias foi uma coisa absolutamente medonha… acho que muitos de nós só apanharam uma única beza.
Mas se fosse só os líquidos…e por aqui me fico. Coisas da juventude…Ehehehe.
O estado por vezes era tão ruim que á falta de tabaco havia quem enrolasse chá para fumar. A Lúcia lima não dá uma grande moca mas distrai…comentários são de todo desnecessários.
Obviamente que ingerir tanto estimulante provoca que hajam ideias fulminantes…e que ideias.
Desde ver um bando de jovens adolescentes e adultos a jogar ao macaquinho do chinês (ainda se lembram disto) junto á porta de entrada do prédio…mas junto mesmo, as mãos batiam na parede ao lado da porta e gritaria era tal que a vizinhança já estava em histeria total.
Mas isto era do mais soft que nós inventávamos.
E que tal se fossemos jogar ás escondidas??
A ideia foi recebida em euforia, e desde o primeiro dia, que após a ingestão de tanto estimulante se alguém falava disso a ideia era sempre recebida como da primeira vez…em euforia.
Desde a rua até casa todo e qualquer sitio era bom para a palhaçada.
Na rua a mesma parede do macaquinho servia agora de coito (que não o interrompido…ehehehe) e o melhor local para esconder eram mesmo os prédios em construção nas imediações.
Dentro de casa nada como um armário, por debaixo das camas, dentro de um sofá cama, do lado de fora da janela ou mesmo na banheira tudo era um sítio absolutamente fabuloso para desaparecer…pelo menos achávamos nós, e a quantidade de líquidos que circulava a grande velocidade pela nossa mona.
Foi numa das incursões pelas construções das imediações que o fedelho do grupo achou por bem espetar um prego no pé…o pior foi que com o prego trouxe também a tábua.
Hospital, bombeiros, pronto de socorro, o que é isso?
Puxa a tábua e passa água oxigenada ou mesmo álcool para desinfectar. Não há nada disso cá em casa??? Mais uma vez notasse o que é um homem a morar sozinho.
Há boatos que dizem que o perfume tem álcool, por isso decidimos confirmar…pelos gritos que ele deu, tem mesmo. Desinfectou e ficou com o pé cheiroso…ehehehe.
E como estes jogos era todo um recordar de façanhas mais ou menos infantis e juvenis e sempre ao som da música desde que amanhecia até que voltava a amanhecer…havia sempre alguém que estava acordado e a maçar os outros.
A noite de passagem de ano propriamente dita até foi calma…comparada com as outras.
Um grupo de locais que se juntou a nós e que ficou a olhara para nós como se fossemos seres de outro planeta. A grande maioria deles eram betinhos e entram numa casa onde um grupo de gente alucinada os esperava (especialmente ás moças da figueira… que no mínimo eram interessantes), uns com uma peruca, outros de viola em riste e outros já lançados para a vida.
Foram os moços munidos com uma panóplia de coisas, que alguns de nós fizeram questão de esconder para mais tarde ingerir…mas quando lá chegaram já as garrafas de vinho tinham desaparecido…houve outros de nós que tinham efectuado um segundo desvio…eheheheh.
Aquela peruca circulava de cabeça em cabeça, até que uma moça da figueira que tinha tanto de boa como de burra pergunta com o ar mais ingénuo do mundo… Esse cabelo é teu??
Nunca uma gargalhada provocou uma queda de cabelo tão rápida…mas a moça era bem boa e por isso foi perdoada….Ahahahaah.
A noite acabou tal como começou, com música, mas agora entre uma discoteca e um bar e com muita bebida e com a companhia do amigo Gregório em alguns casos…era a vidinha.
O pequeno-almoço do dia 1 foi composto de ovos mexidos (que foram mexidos sem qualquer tipo de gordura na frigideira) acompanhados de whisky (o fígado já nem estranhava) …e já não foi chita.
E passado umas horas foi o fim da viagem, o regresso a Lisboa e a necessidade de uma noite de sono de pelo menos 12 horas…depois logo se via.
E foi desde essa altura que a Figueira da Foz nunca mais foi a mesma…só com a chegada do Santana Lopes é que a coisa ainda ficou pior…ou não.
Desde essa altura, algures por mil novecentos e troca o passo que os habitantes daquele prédio da Figueira andam A Procura de… nunca mais nos ver.
Fui.






1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Também já fui tão feliz na Figueira da Foz!!!! :-)

12:04 pm

 

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