O Bordel mais fantasticamente deprimente da Blogosfera

Saturday, February 02, 2008

The Evolution – O Refugio

No meio da escuridão, dois olhos perscrutam tudo á sua volta.
Mergulhado num líquido viscoso, o corpo estremece pelo grande momento.
Faltará muito?
A azafama lá fora indicia que algo está para acontecer… só falta saber quando.
Agarrado umbilicalmente aquele local parece ter chegado finalmente a hora de o abandonar.
O olhar denota receio. Mas porquê?
Ele estava ali tão bem. O seu refúgio era tão acolhedor, tão quentinho, tão espaçoso.
Podia dar voltas e cambalhotas sem que ninguém lhe dissesse nada.
Se ele estava feliz ali porque é que o queriam obrigar a sair de lá?
Ok, tinha chegado a hora.
O seu refúgio ia ser demolido e uma nova vida ia começar.
Eis que no meio da escuridão surge uma luz, que de tão intensa logo fere os olhos habituados aquele ambiente que tinha tanto de sombrio como acolhedor.
PORRA… eles vem ai.
E qual tenaz eis que surge uma mão que o agarra e que o puxa rumo á luz.
Ele luta fervorosamente por permanecer no seu lugar encantado… no seu refúgio.
Mas sem sorte.
Debaixo de um ruído enorme, um choro e berros que se ouvem numa roda completa de alegria.
Sorrisos cúmplices que se trocam e olhares que se cruzam e se piscam.
Tanta luz, tanta azafama… eu não estava habituado a isto.
Um querer voltar para o seu refúgio, mas uma impossibilidade que se depara.
Qual prédio devoluto, a porta está trancada e é já impossível entrar.
Ao ritmo de uma resignação constante um ritmo cardíaco que se acalma.
Que liquido límpido é esse? Onde está o meu liquido viscoso?
QUE NOJO!!!!
Hummm…afinal não é assim tão nojento. Estou fresquinho e cheiroso.
Afinal esta malta que me rodeia tem pinta de gente doida mas até parecem ser simpáticos… vou sorrir para eles.
Afinal são mesmo doidos. Bastou um sorriso para se libertarem numa histeria colectiva… enfim.
Olha esta senhora aqui ao meu lado é bem gira. Vou sorrir para ela e dar uma piscadela com o olho.
Já está. Sou mesmo irresistível. Bastou isso e já está abraçada a mim.
Mas mesmo assim sinto saudades do meu refúgio e de toda a sua calmaria.
Assim se encerra o 1º acto desta história… ao ritmo de uma alegria saudosista.
Vamos enfim, continuar A Procura de… fazer The Evolution.
Fui…mas volto.

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